Encontro do IEDE e AACE Brazil 2020

Uma parceria inédita, entre o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione e a American Association of Clinical Endocrinologists (AACE), marca a 49ª edição do Encontro Anual do IEDE. Este ano, o evento será em conjunto com o AACE Brazil (Annual Meeting of The AACE Brazilian Chapter), coordenado pelo Dr. Francisco Bandeira.

As atividades científicas acontecem no dia 20 e 21 de novembro, no Vogue Square Convention Center, na Barra da Tijuca, e unem a excelência dos debates baseados em evidências da AACE com o conhecimento e ética do tradicional evento do IEDE. A ideia é promover um intercâmbio de conhecimento, com formato dinâmico e interativo, abordando os temas mais relevantes na prática clínica.

A montagem da programação científica está em andamento e os nomes dos palestrantes estão sendo discutidos. Entre alguns dos assuntos já definidos estão: tratamento do diabetes, obesidade e suas complicações, microcarcinoma da tireoide e abordagem do tratamento dos sintomas da menopausa. Os doutores Simon Heller, Hossein Gharib e John Bilezikian são os palestrantes internacionais confirmados.

Mais detalhes sobre inscrições serão divulgados em breve no site oficial do evento.

Turma do Jubileu de 25 Anos

Além dos tradicionais Prêmio José Schermann e Medalha Francisco Arduíno, o Encontro Anual do IEDE também teve outro momento especial. A Turma do Jubileu completava 25 anos de formados no IEDE e homenagearam os professores da época.

A escolha dos professores foi promovida em uma votação pelos residentes e pós-graduandos da turma. Os homenageados foram o Dr. Maurício Barbosa Lima, a Dra. Dayse Caldas e a Dra. Edna Pottes Pinto. Além disso, o Dr. Ricardo Meirelles também foi lembrado pelos 30 anos à frente do IEDE.

 

Homenagens no Encontro 2019

Anualmente a ASSEP faz homenagens especiais durante o Encontro do IEDE. Esse ano a tradição se manteve e os doutores Amélio Godoy Matos e Maria Lucia Fleuiss de Farias foram os agraciados. 

A ASSEP entregou o Prêmio José Schermann à Dra. Maria Lucia, que recebeu flores das mãos da presidente da Associação, Dra. Cynthia Valerio, e palavras do Dr. Mauricio Barbosa Lima. Após a entrega, a Dra. Maria Lucia proferiu a conferência “Histórico do osteometabolismo no RJ”.

O Dr. Amélio recebeu a Medalha Professor Francisco Arduíno e compartilhou nas suas redes sociais a emoção de ter sido agraciado com a honraria. O prêmio foi entregue no segundo dia de evento e depois o endocrinologista apresentou a conferência “Diabetes e obesidade: uma viagem metabólica”. A homenagem, com um retrospecto da carreira do Dr. Amélio foi feita pela Dra. Cynthia e era nítida a emoção do Dr. Amélio ao receber a premiação.

O Dr. Ricardo Meirelles, diretor do IEDE, lembrou que o Dr. Amélio resgatou a obesidade para os endocrinologistas, como uma atividade séria e que precisa de uma atenção especial. “Amélio foi uma das pessoas mais importantes nesta transformação. Todos nós, endocrinologistas, temos uma dívida de gratidão com ele”.

Projetos 2020

Na abertura e no primeiro dia do 48º Encontro Anual do IEDE, a Dra. Cynthia Valério, presidente da ASSEP, e o Dr. Ricardo Meirelles, diretor do IEDE, anunciaram oficialmente a realização do próximo encontro em 2020, que acontece em conjunto com o AACE Brazil.

O AACE Brazil é um evento consagrado internacionalmente e aconteceu nos dias 15 e 16 novembro em Recife, com a coordenação do Dr. Francisco Bandeira.

Durante o evento, foi definido o projeto 2020, trazendo a edição do AACE para o Rio de Janeiro. Ele será realizado durante o Encontro do IEDE. Uma iniciativa inédita no Encontro do IEDE e no AACE Brazil.

A notícia foi recebida com entusiasmo pelos participantes.

48º Encontro Anual do IEDE

São dois dias de atividades no Encontro Anual do IEDE, promovido pela ASSEP – Associação de Ensino e Pesquisa do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione – acontecendo no Hotel Windsor Marapendi, na Barra da Tijuca.

Vejam os registros feitos pelo Luiz Póvoa, médico e membro da Diretoria da ASSEP, e que tem a fotografia como um hobby especial.

Clique em cima da foto para ampliá-la.

Imagens do 48° Encontro Anual do IEDE

Encontro Anual do IEDE: Como Chegar

A 48ª edição do Encontro Anual do IEDE será realizada no Centro de Convenções Hotel Windsor Marapendi, mesmo local da edição de 2018.

De frente para a praia da Barra, o hotel fica na Av. Lúcio Costa e próximo a alguns shoppings da região. O hotel conta com um centro de convenções moderno e com mais de 40 salas, distribuídas em quatro andares.

Para o médico que vem de outro estado, o Aeroporto Santos Dumont está a 28km, enquanto o Aeroporto Internacional do Galeão está a 34,5  km do local, sendo 45 minutos de carro. Nos aeroportos, há táxis e ubers disponíveis para chegar ao local. Outra opção também é o metrô Jardim Oceânico.

O Encontro Anual do IEDE acontece nos dias 29 e 30 de novembro. O tema este ano é “Fatos e Fakes em Endocrinologia.”

Sessão Clínica: Síndrome Lipodistrófica

Síndrome Lipodistrófica relacionada ao tratamento do HIV com HAART

Relato do Caso:

Paciente masculino, 51 anos, com história de HIV em tratamento com HAART (terapia antiretroviral de alta atividade) desde 2008, no momento com carga viral indetectável e DPOC em tratamento com glicocorticoides intranasais.

Compareceu à consulta endocrinológica com nódulo na tireoide achado nos exames de rotina, solicitados pelo seu médico. Nódulo com características ultrassonográficas sugestivas de malignidade, hipótese complementada com PAAF, Bethesda IV, sendo submetido à tireoidectomia total em outubro de 2018.  Histopatológico mostrou microcarcinoma papilífero de 1cm, sendo estratificado como baixo risco e  meta de TSH entre 0,5 e 2 mcUI/ml.

Ao exame físico apresentava sinais claros de lipoatrofia, com diminuição da gordura de bichat em membros, além de lipohipertrofia abdominal com obesidade central.

Na primeira consulta de endocrinologia o paciente já estava usando 100mcg de levotiroxina, porém, apresentava hipotireoidismo descompensado, sendo aumentado a reposição progressivamente no intuito de manter o TSH dentro da meta estabelecida, segundo seu risco de recorrência.

Após 2 anos de pós-operatório, usando 200mcg de levotiroxina, paciente ainda mantinha níveis de TSH fora da meta, apresentando um valor de 49,8 mcUI/ml, retornando à consulta com uma glicemia de jejum de 188 mg/dL, HDL 33 mg/dL, aumento de triglicerídeos 167 mg/dL e alteração das enzimas hepáticas.

Foi solicitado um novo perfil glicídico e metabólico que mostrou glicemia 277 mg/dL, HbA1C 9.8%, momento em que foi diagnosticado com Diabetes Mellitus e dislipidemia. Imediatamente foi iniciada terapia não medicamentosa com orientação a modificação do estilo de vida e a combinação de Insulina Glargina associado a análogo do receptor de GLP-1 (IGlarLixi), 16UI à noite. A levotiroxina foi aumentada para 250 mcg (2.5 mcg/kg), com indicação de troca dos horários das medicações evitando interações medicamentosas.

Após um mês de tratamento, o paciente retornou com controles glicêmicos dentro da meta estabelecida, sendo iniciado metformina XR 500mg (em doses progressivas até 2 gramas/dia) e aumentado para 24UI da IGlarLixi. Em dois meses, houve melhora do controle glicêmico, com HBA1C de 7,6% e TSH 10 mcUI/ml, sendo diminuída a dosagem da associação de IGlarLixi para16UI, adicionado Pioglitazona 30mg e a levotiroxina foi mantida, observando-se  melhor controle dos níveis de TSH.

Discussão:

As taxas de infecção pelo HIV subiram exponencialmente ao longo dos últimos 10 anos, e com isso a eficácia do tratamento de primeira linha alcançou importante e sustentada supressão na replicação viral, elevando a sobrevida e qualidade de vida dos pacientes soropositivos, cuja carga viral passa a ser indetectável com o uso da HAART.

No entanto, esta terapia está relacionada com alterações metabólicas caracterizadas por dislipidemia, resistência à insulina, hiperglicemia e redistribuição da gordura corporal, englobando assim a síndrome lipodistrófica do HIV (SLHIV) que acarreta um aumento considerável do risco cardiovascular.

O desenvolvimento desta síndrome é tempo dependente, sendo que quanto maior o tempo de uso da HAART, maior será a lipodistrofia e mais graves as alterações metabólicas dos pacientes.

Estas alterações acontecem porque a HAART produz uma interrupção na diferenciação dos adipócitos, levando ao aumento de tecido adiposo visceral, maiores quantidades de citocinas pro-inflamatórias, principalmente fator de necrose tumoral alfa, diminuindo a expressão de fatores de transcrição que são indispensáveis para a diferenciação do adipócito, como o CEBP (enhancer binding proteins)e PPAR, levando a uma diminuição de tecido adiposo subcutâneo e consequente diminuição dos depósitos de ácidos graxos, aumentando sua concentração plasmática, o que vai levar à resistência insulínica e hiperglicemia.

O tratamento destas alterações metabólicas está baseado em tratar a fisiopatologia da doença individualizando cada paciente. No caso descrito, a combinação da insulina basal e agonista do receptor de GLP-1 foi a opção de início de tratamento, fornecendo controle glicêmico global e melhorando a adesão ao tratamento. A associação com outros antidiabéticos orais, como os sensibilizadores de insulina (Metformina e Pioglitazona), discutidos na sessão, representam ótimas opções terapêuticas, tanto para o tratamento do diabetes como para melhora dos desfechos metabólicos associados à lipodistrofia.

É importante lembrar de identificar as interações medicamentosas entre a HAART e as drogas usadas para tratamento da SLHIV, além de priorizar o tratamento multidisciplinar para o controle das doenças e a otimização da qualidade de vida desses pacientes, sendo de total relevância o contato entre o endocrinologista e o infectologista durante a tomada de decisões.

  • Orientador: Dr. Rodrigo de Oliveira Moreira
  • Relator do Caso: Giovanni Delmondes
  • Debatedora: Aline A. Buendía da Silva

Bibliografia:

  1. K. S. LEOW et al, Human Immunodeficiency Virus/Highly Active Antiretroviral Therapy-Associated Metabolic Syndrome: Clinical Presentation, Pathophysiology,
  2. and Therapeutic Strategies, The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism 88(5):1961–1976, doi: 10.1210/jc.2002-021704
  3. Moreira et al. Diabetol Metab Syndr (2018) 10:26 https://doi.org/10.1186/s13098-018-0327-4, Combination of basal insulin and GLP‑1 receptor agonist: is this the end of basal insulin alone in the treatment of type 2 diabetes? da Cunha J et al . Antiretroviral therapy and lipid metabolism in HIV-infected patients, World J Virol 2015 May 12; 4(2): 56-77
  4. Marcelle D Alves et al. HIV-associated lipodystrophy: a review from a Brazilian perspective, Therapeutics and Clinical Risk Management 2014:10 559–566
  5. Lake et al, Practical Review of Recognition and Management of Obesity and Lipohypertrophy in Human Immunodeficiency Virus Infection, CID 2017:64 (15 May)
  6. Fat Gain in Treated HIV Infection • CID 2017:64 (15 May)
  7. ORSINE VALENTE et al, Síndrome Lipodistrófica do HIV: Um Novo Desafio para o Endocrinologista, Arq Bras Endocrinol Metab 2007;51/1 3

Tecnologia em Diabetes

Simpósio Internacional de Tecnologias em Diabetes*

O Simpósio Internacional de Tecnologias em Diabetes (SITEC) 2019, organizado pela Sociedade Brasileira de Diabetes e que ocorreu em São Paulo entre 25 e 27 de abril, contou com diversos palestrantes brasileiros e internacionais.

Foram discutidos temas de imensa relevância no tratamento do diabetes como novas terapias em estudo, terapia celular, novidades em tecnologia e aplicativos, novos “devices”, para monitorização glicêmica e novos métodos de avaliação do controle glicêmico do paciente em uso de insulina.

Tema bem atual é o conceito de “time-in-range”, que significa o tempo no qual o paciente se encontra com as glicemias entre 70 e 180mg/dL, ao longo do dia. Este novo conceito, que se tornou possível com o uso de sensores (FGM e CGM), permite que possamos avaliar o tratamento de forma mais minuciosa. A ideia vai além do que a dosagem da hemoglobina glicada nos proporciona, mostrando não só o tempo que o paciente se encontra bem controlado, como também a percentagem do tempo em hipoglicemia e hiperglicemia.

Houve também explanação a respeito de novos sensores que devem chegar ao mercado brasileiro ainda este ano e novos sistemas de infusão contínua de insulina. Por último, aconteceram as palestras do Dr. Ralph Ziegler e da Dra. Melanie Rodacki sobre os novos consensos de interpretação das setas de tendências dos sensores atuais. Dra. Melanie apresentou os trabalhos iniciais do consenso brasileiro sobre o tema.

*Dra. Paloma Hess vice-tesoureira da ASSEP-IEDE, gestão 2019-2020

10ª Oficina de Atualização em Diabetes Mellitus

Neuropatia Diabética é o tema da 10ª Oficina de Atualização em Diabetes Mellitus. O evento acontecerá no dia 20 de julho, das 8h às 13h, no Hotel Excelsior, em Copacabana e é uma atividade organizada pela ASSEP. As inscrições podem ser feitas através do email: assep.iede@gmail.com.

Confira a Programação Completa:

8h – WelcomeCoffee

8h – Abertura

8h20 até 9h20 – Mesa Redonda: Fisiopatologia e Classificação da Neuropatia Diabética

  • Fisiopatologia das Complicações Microvasculares do DM – Dr. Ricardo Martins (UFF)
  • Classificação das Neuropatias no Paciente com Diabetes Mellitus – Dr. Roberto Zagury (HFL)

9h30 – Oficina I – Diagnóstico da Polineuropatia Periférica

  • Dra. Fabiana Saldanha (HFB) / Dra. Joana Dantas (UFRJ)

10h – Oficina II – Exame Vascular do Paciente com Diabetes Mellitus

  • Dr. Fernando Faria / Dra. Ana Carolina Nader (HFSE)

10h – Coffee Break

11h  – Oficina III – Diagnóstico da Neuropatia Autonômica Cardiovascular

  • Dra. Lucianne Tannus (UERJ)

11h30 – 12h30 – Mesa Redonda: Tratamento da Neuropatia Diabética

  • Conceitos Básicos sobre Dor neuropática – Dra. Lucia Henrique Alves da Silva (IEDE)
  • Tratamento da Neuropatia Diabética – Discussão de Caso – Dr. Rodrigo O. Moreira (IEDE)

13h –  Almoço de Confraternização dos Residentes e Pós-Graduandos em Endocrinologia do Rio de Janeiro